sábado, 23 de fevereiro de 2013

Filosofia, o sapo e o pé… Lavar ou não lavar?

Porque o sapo não lava o pé, segundo vários intelectuais

Quando eu li o título deste texto em minha caixa de emails, achei que fosse mais um spam e quase o apaguei. Mas, por algum motivo, fui ler um trecho e percebi que era algo muito engraçado e criativo. Uma espécie de piada cult (e para poucos, é verdade! ). Alguns  trechos poderiam ser usados em sala de aula, como atividade. Mas vale mesmo como descontração…

POR QUE O SAPO NÃO LAVA O PÉ?
Explicações de vários estudiosos…

Olavo de Carvalho: O sapo não lava o pé. Não lava porque não quer. Ele mora lá na lagoa, não lava o pé porque não quer e ainda culpa o sistema, quando a culpa é da PREGUIÇA. Este tipo de atitude é que infesta o Brasil e o Mundo, um tipo de atitude oriundo de uma complexa conspiração moscovita contra a livre-iniciativa e os valores humanos da educação e da higiene!

Karl Marx: A lavagem do pé, enquanto atividade vital do anfíbio, encontra-se profundamente alterada no panorama capitalista. O sapo, obviamente um proletário, tendo que vender sua força de trabalho para um sistema de produção baseado na detenção da propriedade privada pelas classes dominantes, gasta em atividade produtiva alienada o tempo que deveria ter para si próprio. Em conseqüência, a miséria domina os campos, e o sapo não tem acesso à própria lagoa, que em tempos imemoriais fazia parte do sistema comum de produção.

Friedrich Engels: isso mesmo.

Michael Foucault: Em primeiro lugar, creio que deveríamos começar a análise do poder a partir de suas extremidades menos visíveis, a partir dos discursos médicos de saúde, por exemplo. Por que deveria o sapo lavar o pé? Se analisarmos os hábitos higiênicos e sanitários da Europa no século XII, veremos que os sapos possuíam uma menor preocupação em relação à higiene do pé – bem como de outras áreas do corpo. Somente com a preocupação burguesa em relação às disciplinas – domesticação do corpo do indivíduo, sem a qual o sistema capitalista jamais seria possível – é que surge a preocupação com a lavagem do pé. Portanto, temos o discurso da lavagem do pé como sinal sintomático da sociedade disciplinar.

Max Weber: A conduta do sapo só poderá ser compreendida em termos de ação social racional orientada por valores. A crescente racionalização e o desencantamento do mundo provocaram, no pensamento ocidental, uma preocupação excessiva na orientação racional com relação a fins. Eis que, portanto, parece absurdo à maior parte das pessoas o sapo não lavar o pé. Entretanto, é fundamental que seja compreendido que, se o sapo não lava o pé, é porque tal atitude encontra-se perfeitamente coerente com seu sistema valorativo – a vida na lagoa.

Friedrich Nietzsche: Um espírito astucioso e camuflado, um gosto anfíbio pela dissimulação – herança de povos mediterrâneos, certamente – uma incisividade de espírito ainda não encontrada nas mais ermas redondezas de quaisquer lagoas do mundo dito civilizado. Um animal que, livrando-se de qualquer metafísica, e que, aprimorando seu instinto de realidade, com a dolcezza audaciosa já perdida pelo europeu moderno, nega o ato supremo, o ato cuja negação configura a mais nítida – e difícil – fronteira entre o Sapo e aquele que está por vir, o Além- do-Sapo: a lavagem do pé.

John Locke: Em primeiro lugar, faz-se mister refutar a tese de Filmer sobre a lavagem bíblica dos pés. Se fosse assim, eu próprio seria obrigado a lavar meus pés na lagoa, o que, sustento, não é o caso. Cada súdito contrata com o Soberano para proteger sua propriedade, e entendo contido nesse ideal o conceito de liberdade. Se o sapo não quer lavar o pé, o Soberano não pode obrigá-lo, tampouco recriminá-lo pelo chulé. E ainda afirmo: caso o Soberano queira, incorrendo em erro, obrigá-lo, o sapo possuirá legítimo direito de resistência contra esta reconhecida injustiça e opressão.

Immanuel Kant: O sapo age moralmente, pois, ao deixar de lavar seu pé, nada faz além de agir segundo sua lei moral universal apriorística, que prescreve atitudes consoantes com o que o sujeito cognoscente possa querer que se torne uma ação universal.

Nota de Freud: Kant jamais lavou seus pés.

Sigmund Freud: Um superego exacerbado pode ser a causa da falta de higiene do sapo. Quando analisava o caso de Dora, há vinte anos, pude perceber alguns dos traços deste problema. De fato, em meus numerosos estudos posteriores, pude constatar que a aversão pela limpeza, do mesmo modo que a obsessão por ela, podem constituir-se num desejo de autopunição. A causa disso encontra-se, sem dúvida, na construção do superego a partir das figuras perdidas dos pais, que antes representavam a fonte de todo conteúdo moral do girino.
Carl Jung: O mito do sapo do deserto, presente no imaginário semita, vem a calhar para a compreensão do fenômeno. O inconsciente coletivo do sapo, em outras épocas desenvolvido, guardou em sua composição mais íntima a idéia da seca, da privação, da necessidade. Por isso, mesmo quando colocado frente a uma lagoa, em época de abundância, o sapo não lava o pé.

Soren Kierkegaard: O sapo lavando o pé ou não, o que importa é a existência.

George Hegel: podemos observar na lavagem do pé a manifestação da Dialética. Observando a História, constatamos uma evolução gradativa da ignorância absoluta do sapo – em relação à higiene – para uma preocupação maior em relação a esta. Ao longo da evolução do Espírito da História, vemos os sapos se aproximando cada vez mais das lagoas, cada vez mais comprando esponjas e sabões. O que falta agora é, tão somente, lavar o pé, coisa que, quando concluída, representará o fim da História e o ápice do progresso.

Auguste Comte: O sapo deve lavar o pé, posto que a higiene é imprescindível. A lavagem do pé deve ser submetida a procedimentos científicos universal e atemporalmente válidos. Só assim poder-se-á obter um conhecimento verdadeiro a respeito.

Arthur Schopenhauer: O sapo cujo pé vejo lavar é nada mais que uma representação, um fenômeno, oriundo da ilusão fundamental que é o meu princípio de razão, parte componente do principio individuationis, a que a sabedoria vedanta chamou “véu de Maya”. A Vontade, que o velho e grande filósofo de Königsberg chamou de Coisa-em si, e que Platão localizava no mundo das idéias, essa força cega que está por trás de qualquer fenômeno, jamais poderá ser capturada por nós, seres individuados, através do princípio da razão, conforme já demonstrado por mim em uma série de trabalhos, entre os quais o que considero o maior livro de filosofia já escrito no passado, no presente e no futuro: “O mundo como vontade e representação”.

Aristóteles. O [sapo] lava de acordo com sua natureza! Se imitasse, estaria fazendo arte . Como [a arte] é digna somente do homem, é forçoso reconhecer que o sapo lava segundo sua natureza de sapo, passando da potência ao ato. O sapo que não lava o pé é o ser que não consegue realizar [essa] transição da potência ao ato.

Platão:
Górgias: Por Zeus, Sócrates, os sapos não lavam os seus pés porque não gostam da água!
Sócrates: Pensemos um pouco, ó Górgias. Tu assumiste, quando há pouco dialogava com Filebo, que o sapo é um ser vivo, correto?
Górgias: Sou forçado a admitir que sim.
Sócrates: Pois bem, e se o sapo é um ser vivo, deve forçosamente fazer parte de uma categoria determinada de seres vivos, posto que estes dividem-se em categorias segundo seu modo de vida e sua forma corporal; os cavalos são diferentes das hidras e estas dos falcões, e assim por diante, correto?
Górgias: Sim, tu estás novamente correto.
Sócrates: A característica dos sapos é a de ser habitante da água e da terra, pois é isso que os antigos queriam dizer quando afirmaram que este animal era anfíbio, como, aliás, Homero e Hesíodo já nos atestam. Tu pensas que seria possível um sapo viver somente no deserto, tendo ele necessidade de duas vidas por natureza,ó Górgias?
Górgias: Jamais ouvi qualquer notícia a respeito.
Sócrates: Pois isto se dá porque os sapos vivem nas lagoas, nos lagos e nas poças, vistos que são animais, pertencem e uma categoria, e esta categoria é dada segundo a característica dos sapos serem anfíbios.
Górgias: É verdade.
Sócrates: precisando da lagoa, ó Górgias meu caro, tu achas que seria o sapo insano o suficiente para não gostar de água?
Górgias: não, não, não, mil vezes não, Ó Sócrates!
Sócrates: Então somos forçados a concluir que o sapo não lava o pé por outro motivo, que não a repulsa à água
Górgias: de acordo

Diógenes, o Cínico: Dane-se o sapo, eu só quero tomar meu sol.

Parmênides de Eléia: Como poderia o sapo lavar os pés, ó deuses, se o movimento não existe?

Heráclito de Éfeso: Quando o sapo lava o pé, nem ele nem o pé são mais os mesmos, pois ambos se modificam na lavagem, devido à impermanência das coisas.

Epicuro: O sapo deve alcançar o prazer, que é o Bem supremo, mas sem excessos. Que lave ou não o pé, decida-se de acordo com a circunstância. O vital é que mantenha a serenidade de espírito e fuja da dor.

Estóicos: O sapo deve lavar seu pé de acordo com as estações do ano. No inverno, mantenha-o sujo, que é de acordo com a natureza. No verão, lave-o delicadamente à beira das fontes, mas sem exageros. E que pare de comer tantas moscas, a comida só serve para o sustento do corpo.

Descartes: nada distingo na lavagem do pé senão figura, movimento e extensão. O sapo é nada mais que um autômato, um mecanismo. Deve lavar seus pés para promover a autoconservação, como um relógio precisa de corda.

Nicolau Maquiavel: A lavagem do pé deve ser exigida sem rigor excessivo, o que poderia causar ódio ao Príncipe, mas com força tal que traga a este o respeito e o temor dos súditos. Luís da França, ao imperar na Itália, atraído pela ambição dos venezianos, mal agiu ao exigir que os sapos da Lombardia tivessem os pés cortados e os lagos tomados caso não aquiescessem à sua vontade. Como se vê, pagou integralmente o preço de tal crueldade, pois os sapos esquecem mais facilmente um pai assassinado que um pé cortado e uma lagoa confiscada.

Jacques Rousseau: Os sapos nascem livres, mas em toda parte coaxam agrilhoados; são presos, é certo, pela própria ganância dos seus semelhantes, que impedem uns aos outros de lavarem os pés à beira da lagoa. Somente com a alienação de cada qual de seu ramo ou touceira de capim, e mesmo de sua própria pessoa, poder-se-á firmar um contrato justo, no qual a liberdade do estado de natureza é substituída pela liberdade civil.

Max Horkheimer e Theoror Adorno: A cultura popular diferencia-se da cultura de massas, filha bastarda da indústria cultural. Para a primeira, a lavagem do pé é algo ritual e sazonal, inerente ao grupamento societário; para a segunda, a ação impetuosa da razão instrumental, em sua irracionalidade galopante, transforma em mercadoria e modismo a lavagem do pé, exterminando antigas tradições e obrigando os sapos a um procedimento diário de higienização.

Antonio Gramsci: O sapo, e além dele, todos os sapos, só poderão lavar seus pés a partir do momento em que, devido à ação dos intelectuais orgânicos, uma consciência coletiva principiar a se desenvolver gradativamente na classe batráquia. Consciência de sua importância e função social no modo de produção da vida. Com a guerra de posições – representada pela progressiva formação, através do aparato ideológico da sociedade civil, de consensos favoráveis – serão criadas possibilidades para uma nova hegemonia, dessa vez sob a direção das classes anteriormente subordinadas.

Norberto Bobbio: existem três tipos de teoria sobre o sapo não lavar o pé. O primeiro tipo aceita a não-lavagem do pé como natural, nada existindo a reprovar nesse ato. O segundo tipo acredita que ela seja moral ou axiologicamente errada. A terceira espécie limita-se a descrever o fenômeno, procurando uma certa neutralidade.

Liberal de Orkut (esse indivíduo cada vez mais anônimo): o sapo não lava o pé por ser um indivíduo liberto da opressão estatal. Mas qualquer coisa é só arrumar um emprego público e utilizar o lavado do Leviatã!

Autor desconhecido
Fonte (na íntegra): http://historiaonline.com.br/2012/12/03/filosofia-o-sapo-e-o-pe-lavar-ou-nao-lavar/#more-9095 

A Importância da Sociologia no Cotidiano

Como a Sociologia pode ajudar no dia-a-dia?

Estaremos abordando a sociologia como uma prática cotidiana para a vida.

Por que a sociologia passou a ser considerada uma das disciplinas mais importantes no curriculo da educação básica no Brasil?

O QUE É SOCIOLOGIA?

O QUE É SOCIOLOGIA

   Comecemos esta explicação analisando a realidade dos comportamentos. Há comportamentos como andar, dormir, etc. que são individuais e biológicos. Mas há comportamentos como casar, receber salário, fazer greve, etc. que são sociais. Enquanto o comportamento de um animal é puramente biológico, basicamente determinado por reflexos e instintos vinculados a estruturas biológicas hereditárias, o comportamento do homem, além de biológico, é também cultural. O pássaro João-de-barro faz sua casinha do mesmo jeito que fazia há milhares de anos atrás, sempre igual. Um leão do Brasil se comporta como um leão de qualquer lugar do mundo da mesma espécie. Já o homem se comporta de modo diferente de acordo com a sociedade em que ele vive. Enquanto o animal tem apenas a sua natureza, o homem tem a sua natureza e a sua cultura. Mas onde acaba a natureza e começa a cultura? O tema é polêmico e alguns estudiosos afirmam não haver limite rígido entre natureza e cultura. Como é que o homem passa do estado animal para o estado humano, ou seja, como é que ele sai do estado meramente biológico e passa a ser cultura social? Um indicador dessa passagem pode ser o regramento para o ato de comer (cozinhar os alimentos, usar talheres, etc.) e para a sexualidade (há uma tribo indígena onde o homem, antes de se unir a uma mulher, é obrigado a passar por um ritual no qual deve dar um soco num cacho de marimbondo. E se quiser trocar de mulher deve passar pelo ritual novamente. Isso evita abuso por parte do homem. Em nossa sociedade também há regras para a prática do sexo). Outro indicativo pode ser a construção de utensílios de trabalho. Outro pode Ser a criação da linguagem simbólica. Ou o surgimento da religião. Para Karl Marx (filósofo alemão do século XIX) é o trabalho que possibilita a distinção entre o natural e o cultural. Tudo o mais vem depois do início do trabalho, inclusive as relações de produção com. a dominação de um sobre o trabalho de outro.

   Somente na sociedade o individuo se toma humano. Ilustra isso' o caso de Amala é Kamaía, Eram duas meninas que foram descobertas em 1921 numa caverna da índia, vivendo entre lobos. Tinham 4 e Sanas. Passaram a ser observadas pelos estudiosos. A mais nova não resistiu. A outra viveu mais 8 anos. Ambas apresentavam hábitos alimentares animalescos. Cheiravam a comida antes de tocá-la, dilacerando os alimentos com os dentes e poucas vezes fazendo uso das mãos. Possuíam aguda sensibilidade auditiva e desenvolvimento do olfato para a carne. Para se locomover apoiavam-se sobre as mãos e os pés. Kama1a levou seis anos para andar ereto. Os animais entendiam-se bem com ela e não se espantavam. Esse e outros casos mostram que o indivíduo criado fora da convivência humana não se torna humano.
   A sociologia estuda: A mobilidade social! Os processos de cooperação/ A divisão da sociedade em camadas/ Os conflitos.
   As primeiras tentativas de estudo sistemáticas sobre a sociedade humana começaram com Platão em seu livro "República" e Aristóteles em "Política". São de Aristóteles as afirmações "O homem nasce para viver em sociedade" e "O homem é um animal social".
   Augusto Comte (1798-1857) é considerado o pai da sociologia.. Foi quem pela primeira vez usou essa palavra. A princípio usou o nome "física social". Para ele os estudos das sociedades deveriam ser feitos com espírito científico e objetividade.
   Emile Durkheim (1858-1917) fez com que a sociologia passasse a ser considerada uma ciência e como tal se desenvolvesse.
   A sociologia parte do fato social. Por exemplo, existe um modo de vestir que é comum, que todos seguem. Isso não é estabelecido pelo individuo. Quando ele entrou no grupo, já existia tal norma e quando ele sair, a norma provavelmente permanecerá. A pessoa é obrigada a seguir o costume geral. São características do fato social: a. Generalidade: o fato social é comum aos membros do grupo. b, Exterioridade: o fato social é externo ao indivíduo, independe de sua vontade. c. Coercitividade: o individuo vê-se obrigado a seguir o comportamento estabelecido.
   As pessoas, em todo o mundo, vivem em grupo. Isso favorece os sociólogos, uma vez que as conseqüências da vida em grupo são o objeto de estudo da sociologia. O interesse pelos grupos é o que diferencia os sociólogos dos outros cientistas sociais. Entre outras coisas, os sociólogos querem saber: Por que grupos como a família, a tribo ou a nação sobrevivem através dos tempos até mesmo durante as guerras ou revoluções? Por que um soldado deve lutar e enfrentar a morte, quando poderia esconder-se ou fugir? Por que o homem se casa, quando poderia satisfazer seus impulsos sexuais fora do casamento? Que efeitos produzem a vida em grupo sobre o comportamento de cada um?
   Várias sociedades são divididas em camadas sociais. Um exemplo de sociedade dividida em castas é a da Índia. Fora e abaixo da pirâmide social da Índia localizam-se os párias, grupos de miseráveis, sem direitos, sem profissão e que só inspiram asco e repugnância às demais castas. Vivem da piedade alheia; não podem banhar-se no rio Ganges, nem ler os livros sagrados chamados vedas. Os párias aceitam com resignação seu lugar na sociedade e se conformam por acreditarem na transmígração da alma. Existem sociedades em que os indivíduos nascem numa camada social mais baixa, mas podem subir. Na Índia isso não pode ocorrer. Não é permitido casamento com pessoa de outra casta.
   Instituição comum a muitas sociedades é o Estado. Não se confunda Estado com nação. A nação é um conjunto de pessoas ligadas entre si por vínculos permanentes de idiomas, religião, valores. É anterior ao Estado, podendo existir sem ele. E também um Estado pode compreender várias nações. Há nações sem Estado e há Estados que têm várias nações.
   Em qualquer sociedade apenas o Estado tem direito de recorrer à violência, à coação, para obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. O Estado é a instituição social que tem a exclusividade, o monopólio da violência legítima.
   Fator comum numa sociedade é a liderança. Há dois tipos de liderança: 1. A liderança institucional, que deriva da posição social ou cargo que ocupa uma pessoa. Por exemplo, numa sociedade como a nossa, um padre católico ou um professor não foi escolhido pela população para essa função, mas admitido pela Igreja ou pelo governo da cidade ou do Estado. 2. A liderança pessoal, que se origina de qualidades_pessoais. Uma pessoa pode exercer influência sobre um grupo sem sua liderança ser reconhecida oficialmente. Há o líder democrático, que se baseia na partilha de opiniões, e o líder totalitário, que se baseia na submissão de seus seguidores.

   Histórico da sociologia como disciplina da grade curricular

   A Sociologia já foi uma disciplina presente em todas as escolas, assim como a Matemática e a Língua Portuguesa. Ela surgiu como disciplina obrigat6ria já em 1897, mas só foi realmente introduzida em 1925 com a Reforma Rocha de Vazo A partir de então, a Sociologia não só se tomou obrigatória no Ensino Secundário como também passou a ser cobrada nos vestibulares para o ingresso no Ensino Superior (MORAES, 2003, p.7). Entretanto, durante os momentos de ditadura em nosso país, o ensino de Sociologia sofreu uma série de revezes:

   Em 1942, durante a ditadura da era Vargas, também conhecida pelo nome de Estado Novo, ocorreu a Reforma Capanema, que retirou a obrigatoriedade da Sociologia nos cursos secundários. A disciplina foi mantida somente no Curso Normal como Sociologia Geral e Sociologia da Educação;

    Em 1961 ela volta como disciplina optativa;
   Em 1971, durante a ditadura militar, o ensino de Sociologia sofreu o seu mais duro golpe. Ora era tida como disciplina optativa, mas não bem-vista, pois era associada, indevidamente, ao comunismo, ora era retirada da grade curricular básica e substituída pela disciplina de Organização Social e Política Brasileira (OSPB). Isso ocorreu com a Reforma Jarbas Passarinho (MORAES, 2003, p.7). Sua postura crítica diante da realidade não era bem-vista naquela época. Com o passar do tempo, muitas pessoas foram então esquecendo a importância da Sociologia para a formação geral de qualquer pessoa.

   Entretanto, desde 1882 - por meio de parecer de Rui Barbosa - acreditava-se na importância da disciplina, assim como hoje se reconhece que ela é matéria importante tanto para quem fará Medicina, Direito ou Engenharia, como também para faxineiros, pedreiros, advogados, garçons, químicos, físicos, artistas, enfim, para todos aqueles que necessitam entender e se situar na sociedade em que vivem. Por ter sido deixada de lado no período militar, vários dos pais dos alunos também não devem conhecer a disciplina, pois muitos nasceram durante esse período ou até após o regime.

   É importante frisar que a Sociologia já esteve no currículo do Ensino Médio, mas foi retirada por razões ideológicas e políticas.
   Ela volta pelo esforço de muitos que reconhecem a importância da construção de um olhar critico para a realidade como base na formação de qualquer cidadão e do papel que a Sociologia pode desempenhar nesse sentido.
   E é fácil defini-la? Será que podemos definir, hoje, em uma frase, o que é Sociologia? Não, pois ela é fruto de um longo processo histórico.

   Também é importante destacar que as aulas de Sociologia dialogarão muito com outras disciplinas, como História, Geografia e Filosofia, mas que o principal diálogo se dará com a Antropologia e a Ciência Política. Essas ciências nos ajudarão a lançar um olhar sociológico sobre a realidade,pois, juntas formam as Ciências Sociais.


l.Diferencie comportamento biológico de comportamento social, dando exemplos.

2. De acordo com o texto, diferencie o comportamento animal do comportamento do ser humano dando exemplos.

3. Qual é a diferença entre natureza e cultura? Dê exemplos.

4. Conforme o texto, quais os cinco indicadores da passagem do estado natural para o estado cultural?

5. Qual o exemplo dado no texto de uma tribo para regramento da sexualidade?

6. Para Karl Marx ° que faz a distinção entre o natural e o cultural?

7. Descreva ocaso das meninas-lobo. O que ele demonstra?

8. O que a sociologia estuda?

9. Fale sobre os filósofos citados neste texto em relação à sociologia.

10.Quais as características do fato social? Explique-as.

11.Conforme o texto, quais as indagações dos sociólogos?

12. O que diz: o texto sobre a divisão em castas na índia? O que ele fala sobre os párias'?-

13.O que fala o texto sobre Estado e sobre nação?

14.Conforme o texto, quais os dois tipos de liderança? Descreva-os

15.Faça um resumo do histórico da sociologia como disciplina da grade curricular.

16.O que diz o texto sobre cada uma das ciências sociais?


Por: Prof. Manuel Raposo


 Fonte: http://aulasdesociologia1.blogspot.com.br/2010/04/o-que-e-sociologia.html